4 de novembro de 2011

Dicas de Sedução...






Da crueldade oriental à sofisticação erótica

"Durante uma sessão de bondage pode acontecer um intercâmbio de papéis: o atado passa a ser aquele que ata e vice-versa. Assim, os amantes agregam um complemento ao jogo de cumplicidades e doces vinganças que se faz quando cada um deles assume o controle da situação".


As amarraduras têm diversos antecedentes, dos quais se tomaram exemplos ou se copiaram situações para representações sexuais: desde os inocentes jogos infantis de índios e caubóis até as algemas que imobilizam os detentos. As origens da bondage, no entanto, remontam a muitos séculos atrás. Localizam-se na sempre misteriosa cultura japonesa, e aí não são precisamente agradáveis e lúdicas. No Japão violento e feudal do século XVI, imperava um código penal que impunha aos criminosos a tortura e a execução mediante ataduras com cordas em quatro graus crescentes. No primeiro, utilizava-se a corda para açoitar os delinqüentes; no segundo, eles eram golpeados com cordas que tinham uma pedra atada na extremidade; no terceiro, eles tinham a circulação do sangue paralisada com o aperto das amarraduras; no quarto grau, por fim, eram pendurados com cordas durante vários dias.

"As primeiras, amarraduras eróticas documentadas datam de meados do século XIX, quando o Japão começa a abrir-se para o mundo ocidental e sua cultura seduz uma parte das elites européia e norte-americana".

Entre os séculos XVII e XIX, quando a dinastia Tokugawa manteve o país semi-isolado do resto do mundo, as velhas tradições foram recuperadas. A amarradura de cordas deu lugar ao desenvolvimento de uma arte marcial, o hobaku-jutsu. O objetivo era capturar e submeter os ladrões com o uso de cordas. Mas não se tratava nem de armadilhas nem de simples laços, e sim de um complexo código no qual as formas das ataduras — e cada nó — tinham um significado simbólico que se aplicava de acordo com a idade, a profissão e a classe social do delinqüente ou com o crime que ele havia cometido. Quando era pendurado ou amarrado na praça do vilarejo, podia-se saber tudo o que ele havia feito "lendo os nós e o tipo de corda que o subjugava".
As primeiras amarraduras eróticas documentadas datam de meados do século XIX, quando o Japão começa a abrir-se para o mundo ocidental e sua cultura seduz uma parte das elites européia e norte-americana. A bondage, então, abandona seu passado violento e se converte numa sugestiva variante erótica, numa doce tortura, deixando de lado o peso das crueldades que lhe davam sentido no passado. Hoje em dia é uma prática consentida entre os amantes, com técnicas e limites claros, que abre um outro caminho para aumentar a intensidade da relação sexual.
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